Historia da capoeira



Historia da Graduação em Formato de Cordas, caso especifico Corda Vermelha.

UMA HOMENAGEM A UMA FORMATURA DE MESTRE - A CORDA VERMELHA.

Me atrevo aqui a aproveitar esta bela homenagem feita de um mestre para outro no climax de um momento único, para chamar a atenção de todos capoeiristas do mundo sobre o VALOR HISTÓRICO da CORDA VERMELHA. Ela foi inserida na capoeira a 50 anos no rio de janeiro pelo grupo recém formado Senzala, depois deles ter vencido consecutivamente por três anos o "Berimbaus de Ouro", na decada de 60! a CORDA VERMELHA não era o simbolo de mestre e sim uma marca registrada do recém formado grupo senzala no qual o Rafael Flores era o líder e fundador. O titulo de MESTRE para os demais capoeiristas só surgiu após a morte de MANOEL DOS REIS MACHADO - o Mestre Bimba. que por sinal e para os neófitos ELE JAMAIS FORMOU UM MESTRE DE CAPOEIRA, a maior comenda que ele ofereceu foi o lenço branco para 4 ou 5 de seus alunos. Sem me adentrar muito na historia o que me indigna é a forma pela qual muitos tem usado de forma displicente a corda vermelha em detrimento a corda BRANCA E A PRETA (essa um pouco mais recente) pois ja podemos ver muitos "garotos" ostentarem a corda branca com pouca idade de capoeira e pouca quilometragem na capoeira. MAS todos nos sabemos que corda branca é MESTRE que corda preta é MESTRE. E A VERMELHA sendo a mais antiga e que só por isso deveria esta em uma posição mas honrada, portanto hoje devido a talvez falta de conhecimento de uns a usam como titulo de graduado, de mestrando, de professor. Mas a capoeira em sua diversificação e pluralidade possibilita essas nuances. Não acredito que seja uma forma de agressão a historia, só acredito que seja falta de censo critico pela historia, por si próprio e pela trajetória da capoeira e me preocupa se vieram outras cabeças mal informadas no futuro quererem usar as cordas PRETA ou a BRANCA para simbolizar títulos inferiores a de mestre. O mestre é uma oficio especializado e forjado pelos anos de dedicação. Mestre Bimba foi o grande mentor, a capoeira mãe não tem graduações e temos o mestre Pastinha como o Grande Guardião... O corda vermelha tem seu valor justificado pela historia de sua sistematização e por ser a mais antiga de todas. PORTANTO CORDA VERMELHA SIMBOLIZA HISTORICAMENTE O mestre.......... VALORIZAR O QUE É ANTIGO E QUE DE FATO É DE MESTRE!!!


Foto onde mostra os lideres da capoeira Angola e Regional, os lendarios Mestre Bimba e mestre Pastinha...






Mestre Totonho de Maré

Mestre Totonho de Maré, Antonio Laurindo das Neves, nasceu em 17 de setembro de 1894 na Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos em Salvador. Filho de Manoel Gasparino Neves e de Margarida Neves, faleceu em 18 de outubro de 1974, aos 80 anos. Mestre Maré foi um dos fundadores da famosa Gengibirra ao lado de importantes figuras da Capoeira Angola como Mestres Noronha, Amorzinho, Aberrê, entre outros. Foi muito respeitado nas rodas de capoeira e costumava cantar uma quadra que indicava o lugar privilegiado que ocupava na capoeira angola. Mestre Maré utilizava a expressão “galanteria da capoeira” quando se referia aos antigos mestres da capoeira baiana.












Mestre Bimba

Manuel dos Reis Machado, mais conhecido como Mestre Bimba, nasceu em 23 de novembro de 1900, na cidade de Salvador, Bahia. Filho de Maria Martinha do Bonfim e do famoso lutador de Batuque, Luiz Cândido Machado, não é de se surpreender que Bimba (como era chamado pela família) crescesse para se tornar um grande lutador.
Com 12 anos de idade Mestre Bimba começou a aprender a capoeira com um africano chamado Bentinho, estivador que trabalhava para a Companhia Baiana de Navegação. Mestre Bimba tornou-se um mestre na arte de tocar o Berimbau, um grande cantador e lutador, mesmo sendo a capoeira uma atividade ainda proibida naquela época. Após treinar por alguns anos com Bentinho, Mestre Bimba começou a dar aulas.
Frustrado com a forma limitada com que muitos capoeiristas percebiam e tratavam a capoeira, sua falta de respeito pela arte e seu valor enquanto cultura afro-brasileira, ele decidiu unir as habilidades de capoeirista e de lutador, aprendidas com seu pai, para desenvolver a Capoeira Regional, um jogo mais rápido, onde técnica e estratégia eram elementos-chave. Junto com seu novo estilo, Mestre Bimba procurou também mudar a imagem ruim do capoeirista na sociedade da época e estabeleceu um novo padrão para a arte.
O novo estilo de capoeira ganhou popularidade a despeito da descrença de outros Mestres, que viam nesse novo estilo uma ameaça à essência da capoeira tradicional. Mestre Bimba foi desafiado por lutadores de outras modalidades que duvidavam da eficiência do novo estilo de capoeira como arte marcial. Em 1936, Mestre Bimba desafiou, através de uma nota no jornal, qualquer lutador, de qualquer arte, a lutar com ele. Mestre Bimba ganhou de todos os oponentes.
Para organizar um método de ensino e legitimar a capoeira como uma forma de defesa pessoal e esporte, Mestre Bimba precisou de mais do que suas habilidades de lutador. Mestre Bimba também possuía grande habilidade administrativa e organizacional.
Muitos políticos e figuras da alta classe começaram a praticar capoeira com Mestre Bimba. Ele foi o primeiro a realizar uma apresentação de capoeira, como uma forma de expressão da cultura brasileira, para empresários estrangeiros, a convite do então Governador do Estado da Bahia, General Juracy Magalhães. Mestre Bimba ganhou a admiração do Governador e, mais tarde, foi convidado a se apresentar para o então Presidente da República, Getúlio Vargas.
Esta apresentação foi fundamental para a evolução histórica da capoeira e da herança cultural africana no Brasil. Vargas legalizou a prática da capoeira e o Ministério da Educação a reconheceu como esporte nacional nos anos 30. Em 1932, Mestre Bimba abriu sua primeira academia de capoeira, no Engenho de Brotas, em Salvador – Bahia. Em 1937, ele ganhou, da Secretaria de Educação, o título de professor de educação física e começou a ensinar capoeira para o exército e a polícia No Estado da Bahia. Dez anos depois, em 1942, Mestre Bimba abiu sua segunda academia de Capoeira Regional, na Bahia.
Em sua luta para acabar com a imagem negativa da capoeira, Mestre Bimba mantinha regras rígidas em sua academia, que deviam ser cumpridas para que o aluno pudesse treinar ali. Os alunos de Bimba tinham que usar um uniforme branco, mostrar um bom rendimento escolar, quando estudantes, boa conduta na rua, entre outras exigências. Como resultado disso, muitos médicos, advogados, políticos, e membros da alta classe freqüentavam sua academia, apoiando Mestre Bimba em sua busca por melhorar a imagem do capoeirista na sociedade.
O Centro de Cultura Física Regional, como era chamada a academia de Mestre Bimba, era conhecido não apenas como uma escola de capoeira Regional, mas também como um centro de cultura, onde a capoeira era ensinada como uma expressão cultural da herança africana e como uma possível profissão para muitos. Na academia eram expostas fotos e reportagens que mostravam a história e evolução da capoeira ao longo dos anos. Ele era muito rigoroso em relação à técnica e avaliação dos alunos e implementou um sistema administrativo que incluía registro de aulas, folhetos, mural de mensagens, itinerário de shows, práticas não comuns entre os professores de capoeira.
Apesar de sua educação formal limitada, Mestre Bimba negociava muito bem com agências de turismo, jornais e outros empresários, para promover eventos e tornar a capoeira conhecida. A academia de Mestre Bimba tornou-se um modelo a ser seguido. Mestre Bimba gravou dois álbuns de músicas, incluindo o Curso de Capoeira Regional do Mestre Bimba, que pode ser encontrado ainda hoje.
Mesmo com o reconhecimento governamental da capoeira e os esforços de Mestre Bimba, a capoeira continuava sendo tratada como uma atividade de vagabundos e marginais. A capoeira não atingiu o prestígio e o reconhecimento que Mestre Bimba esperava após anos de dedicação. Triste e desapontado, Mestre Bimba mudou-se para Goiânia em 1973, a convite de um aluno que lhe prometeu o reconhecimento que a capoeira não alcançou na Bahia. Entretanto isso também não aconteceu em Goiás e Mestre Bimba morreu, após um derrame, em 05 de fevereiro de 1974. Anos mais tarde, seus restos mortais foram trazidos de volta a sua terra natal, a Bahia. Após a morte de Mestre Bimba, seu filho, Mestre Nenel (Manoel Nascimento Machado) assumiu a academia do pai. Mestre Nenel é ainda o responsável pelo legado do pai e presidente da Escola de Capoeira Filhos de Bimba, em Salvador – Bahia.
Atualmente, Mestre Bimba é reconhecido como um revolucionário, por sua luta para legitimar a capoeira como um esporte e uma valiosa expressão da herança cultural africana no Brasil. Para capoeiristas em todo o mundo, Mestre Bimba é sinônimo de inovação, perseverança e determinação.



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Mestre Pastinha





Filho de José Señor Pastinha e Eugênia Maria de Carvalho, Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 5 de abril de 1889, na cidade de Salvador, Bahia - Brasil. Mestre Pastinha foi apresentado à capoeira com 8 anos, pelo africano de nome Benedito. Um menino mais velho e mais forte que Pastinha, vizinho de bairro, costumava bater no menino franzino. Um dia Benedito viu a agressão e disse a Pastinha para passar em sua casa que ele iria ensiná-lo algumas coisas para se defender. No encontro seguinte com o menino, Pastinha o derrotou tão rapidamente que o menino passou a admirá-lo.

Mestre Pastinha teve uma infância feliz e modesta. Durante a manhã, ele estudava no Liceu de Artes e Ofício, onde aprendeu a pintar; de tarde, brincava com os amigos e treinava capoeira. Ele continuou seu treinamento com Benedito por mais três anos. Mais tarde, ele ingressou na escola da marinha, por desejo de seu pai que não apoiava sua prática de capoeira. Na escola ele costumava ensinar capoeira aos amigos. Com 21 anos, ele deixou a escola da marinha e se tornou um pintor profissional. Nos tempos livres, ele praticava capoeira escondido, pois sua prática ainda era ilegal nesse época. Em 1941, a convite de Aberrê (ex aluno de Pastinha), Pastinha foi a uma roda de domingo da Ladeira de Gengibirra, no Bairro da Liberdade, onde os melhores mestres costumavam encontra-ser. Aberrê já era famoso nessas rodas e após passar a tarde lá, um dos maiores mestres da Bahia, Mestre Amorzinho, pediu que Pastinha ficasse à frente da Capoeira Angola.
Como resultado disso, em 1942, Pastinha fundou a primeira escola de Capoeira Angola, o Centro Esportivo de Capoeira Angola, localizado no Pelourinho. Seus alunos usavam calça preta e camisa amarela, as mesmas cores do Ypiranga Futebol Clube, time para o qual ele torcia. Ele participou com a delegação Brasileira do 1º Festival Internacional de Artes negras, em Dakar, Senegal (1996), levando consigo Mestre João Grande, Mestre Gato Preto, Mestre Gildo Alfinete, Mestre Roberto Satanás e Camafeu de Oxossi.
Mestre Pastinha trabalhou como engraxate, alfaiate, comerciante de ouro, segurança (leão de chácara)em casas de jogo, peão de obra no porto de Salvador, pintor, entre outras ocupações, para se manter financeiramente a fim de que pudesse fazer o que ele mais amava, ser um Angoleiro. Traído pelas autoridades locais com falsas promessas e sem suporte, Pastinha foi abandonado no abrigo D. Pedro II – Salvador, cego e doente. Mestre Pastinha dedicou toda a sua vida à Capoeira Angola e em 12 de abril de 1981, aos 92 anos de idade, ele jogou seu último jogo de capoeira. Mestre Pastinha, pai e protetor da Capoeira Angola, morreu aos 92 anos, em 13 de novembro de 1981.

Mestre Paraná



Mestre Paraná – Osvaldo Lisboa dos Santos, filho de Cândido Lisboa dos Santos e Albertina Maria dos Santos - nascido em 25/09/1922 em Salvador/Bahia e falecido em 07/03/1972 no Rio de Janeiro. 
A capoeira no Rio de Janeiro remonta da época dos escravos, mas o seu crescimento como prática esportiva, com academias formais, se deu nos anos 50 na zona da Leopoldina com dois grandes mestres: Artur Emídio (Grupo do Artur) e Mestre Paraná (Grupo São Bento Pequeno); que junto com Mestre Genaro transformaram a capoeira no Rio de Janeiro.
Nos anos 60 surgiram os Grupos Bonfim (Mário Buscapé) e Senzala (Mestre Gato; o primeiro fora da Zona da Leopoldina, que teve também grande participação no crescimento da capoeira no Rio de Janeiro).
Mestre Paraná, conforme dito pelo próprio, foi aluno de um ex-escravo – Antônio Corró - sem informações sobre sua origem, já que sendo um ex-escravo, deve ter aprendido em alguma senzala da vida e conseqüentemente não há registro, apesar de alguns insistirem em inventar mestres para Corró.
Paraná veio para o Rio de Janeiro nos anos 40 e sua primeira moradia foi no Bairro do Flamengo, depois se mudou para a av. Itaóca em Bonsucesso; posteriormente para a rua Miguel Burnier, também em Bonsucesso, quando começou a dar aulas de capoeira no quintal de sua casa. No final dos anos 70 mudou-se para Realengo aonde veio a falecer.
Wilson - Malhado





Mestre Waldemar da Paixão

Mestre Waldemar, Waldemar Rodrigues da Paixão, mestre de capoeira baiano (Ilha de Maré, Bahia 1916 - Salvador, Bahia 1990) também conhecido como Waldemar da Liberdade ou Waldemar do Pero Vaz, dos nomes do bairro e da rua onde implantou sua capoeira.

A fama de Waldemar como capoeirista e mestre de capoeira aparece nos anos 1940. Ele implanta um barracão na invasão do Corta-Braço, futuro bairro da Liberdade, onde joga-se capoeira todos os domingos, também ensinando na Rampa do Mercado na Cidade Baixa. Fica conhecida a diversidade dos jogos que ele pratica, dos mais lentos aos mais combativos, com afirmada preferência para os primeiros.
Durante os anos 50, a capoeira dele na Liberdade atrai acadêmicos, artistas e jornalistas. Os etnólogos Anthony Leeds em 1950 e Simone Dreyfus em 1955 gravam o som dos berimbaus. O escultor Mário Cravo e o pintor Carybé, também capoeiristas, freqüentam o barracão. Mais tarde, a maior parte dos capoeiristas de nome afirmam ter ido na capoeira de Waldemar, na de Mestre Cobrinha Verde no bairro de Nordeste de Amaralina até na de Mestre Bimba. De acordo com Albano Marinho de Oliveira (1956), o grupo da Liberdade começou a cantar demorados solos antes do jogo (hoje chamados ladainhas). O próprio Waldemar reivindicou, em depoimento a Kay Shaffer, ter inventado de pintar o berimbau. A fabricação e venda para os turistas de berimbau foi uma fonte de renda para mestre Waldemar.
Waldemar, como bom capoeirista, andou na sombra. Ficou discreto sobre suas atividades e breve em sua fala. Mal existem fotos dele antes de velho. Não procurou a fama e, apesar de seu notado talento de cantor e de tocador de berimbau, não integrou muito o mercado de espetáculo turístico
Também, a música que se escuta nas gravações de 1950 e 1955 é coletiva, sempre tendo, ao menos,
 um dialogo de dois berimbaus.Assim, Jorge Amado menciona Mestre Traíra, também da Liberdade, 
como assíduo visitante de Waldemar. 
 Velho e impossibilitado de jogar capoeira e de tocar berimbau pela doença de Parkinson, 
Waldemar ainda aproveitou um pouco do movimento de resgate das tradições dos anos 1980, 
cantando em diversas ocasiões e gravando CD com Mestre Canjiquinha.

Mestre Cangiquinha
“A Capoeira é alegria, é encanto, é segredo”

Washington Bruno da Silva – Mestre Canjiquinha, nasceu a 25 de setembro de 1925, em Salvador.
 Discípulo do Mestre Raimundo Aberre, natural de Santo Amaro da Purificação, Canjiquinha foi um dos
 capoeiras que mais visibilidade deu a sua arte, viajando por todo o Brasil em exibições e também 
atuando em muitos filmes entre ao quais, Barlavento (Glauber Rocha) e O pagador de Promessas (Anselmo Duarte).
A partir dos anos 60, quando a capoeira se tornou mais conhecida e divulgada no Brasil, a figura do
 Mestre Canjiquinha ganhou maior relevo. Sua academia tornou-se uma das principais agências de 
formação de novos capoeiristas com Mestre Paulo Dos Anjos, Geni, Lua – que se tornaram mestres 
de outros e contribuídores para a expansão da capoeira em outros paises. São os responsáveis 
pela continuidade da herança de Canjiquinha. A este a capoeira deve uma serie de invenções 
sendo as mais conhecidas aquelas que ele introduziu nos toques e jogos : Muzenza, Samango,
 Samba de Angola.“Canjiquinha é um capoeira jovem e ágil, fazendo com que se destaque entre os
 seus companheiros, porém o seu maior destaque é no canto e no toque. Canta como bem poucos e
 com um repertório vastíssimo, inclusive com uma grande facilidade de improvisar e de todos é quem
 mais tem contribuído para a adaptação de outros cânticos do folclore, à capoeira”

Mestre Paulo dos Anjos



Nascido em 15 de agosto de 1936, na cidade sergipana de Estância, o jovem de catorze anos 
José Paulo dos Santos já despontava, em Salvador (1950) como um promissor lutador de boxe.
 Desde que conheceu o mestre Canjiquinha, um ano antes, afeiçoou-se à Capoeira e passou a
 freqüentar as rodas de rua da capital baiana e das cidades do Recôncavo. Nas festas de largo, 
sua técnica e sua habilidade começaram a chamar a atenção de todos e, daí em diante, o tempo
 se incumbiu de transformá-lo no mestre Paulo dos Anjos, consagrado pelas mãos do próprio mestre
 Canjiquinha.
Poucos praticantes de Capoeira da atualidade se apegaram tanto à tradição e à originalidade da luta 
quanto o sergipano de Estância, José Paulo dos Anjos, ou apenas mestre Paulo dos Anjos. Ele faleceu
 em Salvador, onde residia, vítima de infecção hospitalar, contraída durante uma cirurgia, num hospital local.
 Seu desaparecimento, além de causar a perda de uma figura humana muito estimada, representa também 
 uma outra perda — irreparável — para a Capoeira. Em especial para a linhagem da Capoeira Angola.


Capoeirista famoso Manduca da Praia
BIOGRAFIA MANDUCA DA PRAIA Foi muito antes da abolição que os capoeiristas individualmente
 ou em maltas, perturbaram e aterrorizaram a sociedade carioca. 

As maltas eram usadas indiscriminadamente em rixas de políticos de diferentes facções.

 Um capoeirista famoso conhecido por toda população do Rio de Janeiro foi o Manduca da Praia,
 homem de negócios, respondeu a 27 processos por ferimentos graves e leves, sendo absolvido
 em todos eles pela sua influência pessoal e de amigos. 

Era pardo claro, alto, reforçado, usava barba grisalha. Sua figura inspirava temores para uns

 e confiança para outros. Vestia-se com decência, chapéu na cabeça, usava um relógio que
 era preso por uma corrente de ouro, casaco grosso e comprido que impressionava as 
pessoas com seu porte, usava como arma uma bengala de cana-da-índia e a ele deviam respeito. 

Certa vez na festa da Penha brigou com um grupo de romeiros armados de pau, ao final da briga

 deixou alguns inutilizados e outros estendidos no chão, entre outras brigas e confusões. Ganhava bastante
 dinheiro, seu trabalho era uma banca de peixe que tinha no mercado, vivia com regalias e finais de semana
 saia para as noitadas. 

Morador da Cidade Nova, era capoeira por conta e risco assim disse Nulo Moraes. Manduca não participava

 da capoeiragem local, não recebia influência nem visitava outras rodas, pode-se dizer que ele era um malandro nato
. Manduca da Praia conquistou o título de valentão, subestimando touros bravos, que sobre os quais saltava quando era atacado.




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